28 de setembro de 2012

a cRiSe!!!

 

O que se passa neste momento é que estamos todos tão ocupados com as "àrvores" que não vemos o "bosque"...
A situação é má, é verdade, não vale a pena esconder a cabeça na areia e esperar que passe, as coisas simplesmente não funcionam assim... Mas o que se está a pedir em todas as manifestações que estão a decorrer um pouco por toda a Europa e, principalmente em Portugal e em Espanha, países que vou seguindo com muito mais atenção que os outros, não tem coerência nem sentido. Porque digo isto, porque cada um pensa e fala por si (como deve ser) mas, nestes casos é necessário haver uma "voz", uma linha de pensamento, chamem-lhe como quiserem, que una a todos e nos faça falar todos a mesma linguagem. Não podemos esperar que duma só vez se acabem todos os problemas, não podemos fazer manifestações contra tudo e contra todos, a única coisa que fazem é dividir as massas e dar a possibilidade aos políticos de reduzirem à mínima expressão toda a contestação que existe. O problema de Portugal e Espanha, não são os recortes, nem as subidas de IVA, nem a congelação de salários, nem nada de estas coisas que se estão usando como "bandeiras" em todas as manifestações. Isto são problemas, sem dúvida, mas estas são as "árvores" e, primeiro que tudo são consequências de um problema inicial e, que deveria de ser a principal bandeira de todas as manifestações. Este problema de que vos falo e que indicava na primeira frase como sendo o "bosque" é a dívida estratosférica contraída ao longo de muitos e muitos anos e que, agora, deriva em todos os problemas que referi antes e mais que não cabem aqui...
Agora, o importante, de tudo isto é: QUEM  CONTRAIU ESTA DÍVIDA?
- foram os trabalhadores que descontam todos os meses para a segurança social e, que muito possivelmente não vão ter direito a uma reforma digna? NÃO
- foram as escolas e os hospitais com os seus profissionais que dão o que podem e mais e, que agora sofrem com redução de pessoal e meios? NÃO
 - foram as forças de segurança que fazem o seu trabalho melhor que podem com os meios que lhes dão? NÃO
- são os emigrantes que, como eu, tentam a sua sorte noutros sítios mas continuam a passar férias nos seus países de origem e a deixar dividendos nesses mesmos países? NÃO
-foram os governos? aqui a resposta é um pouco mais complicada porque é um sim mas não tanto...

Então quer dizer que a culpa não é de ninguém?? Claro que não os culpados estão bem identificados mas, em todas as manifestações e actos de insatisfação que vamos vendo ao longo destes últimos tempos passam despercebidos. Toda a gente reclama com os recortes, com a subida de impostos,..., uma vez mais com as "àrvores"...
Os verdadeiros culpados de tudo isto, o "bosque", são os bancos, entidades privadas que geraram "lucros" ficticios ao longo de muitos anos, que os dividiam entre os seus accionistas e o celebravam à vista de todos! Quando se acabaram as "vacas gordas" que fazem estes "senhores" pedir ajuda ao papai estado e, é aqui que os vários governos que foram passando têm a sua quota parte de culpa, porque aceitaram.
Agora o que se passa é que falamos de uma dívida de Portugal, de Espanha, de Grécia, etc, que são países e que deveriam ser governados por e para os seus cidadãos, acusados de deverem dinheiro a outros países, nomeadamente a Alemanha e França (alguns mais mas estes são os mais importantes) quando isso não é verdade. De toda a dívida existente somente cerca de 30% é dívida pública, ou seja do estado e consequentemente dos cidadãos desse mesmo estado. Os outros 70% são dívida privada contraída por bancos e entidades financeiras.
A pergunta que todos deveríamos fazer é porque é que EU, TU e ELE, ou seja NÓS temos de pagar uma dívida que é DELES. Porque nos imputaram dívidas que NÃO são nossas?, porque tenho de receber menos e pagar mais impostos para cubrir uma dívida que para além de não ser minha não é sequer do meu país (ou do país onde vivo...)?
Por isso o que digo é que todas estes actos e manifestações de desagrado vão no sentido errado, não será porque o governo X ou Y se demita que os problemas vão mudar, a "dívida" vai continuar aí e vamos ter de continuar a pagá-la. 
Portanto a pergunta que todos devíamos de fazer é: "Quem é que tem colhões para dizer basta?", "Quem é que chega à frente e diz eu não vou pagar algo que não é meu?", ou voçês quando vão a um restaurante e a mesa do lado se levanta sem pagar aceita que na sua conta seja imputada essa mesma dívida???
Não quero desculpar actuações de ninguém mas o que digo é que estamos a "disparar" para todos os lados e corremos o risco de ser atingidos por "fogo amigo". 
Todas estas manifestações são importantes e de louvar mas, tem de ter um sentido comum e uma ideia geral que una todas, mesmo todas, as pessoas que vivem na Europa, é um problema global e como tal tem de ser atacado de uma forma global e não local. Temos de sair à rua, sim, mas falando uma linguagem comun e direccionada a alvos bem concretos e conhecidos que são os que geraram estas "àrvores" e que são conhecidos de todos. Só temos de conseguir afastar as "àrvores" e ver o "bosque"... Temos de actuar a uma só voz contra a raíz dos problemas: os BANCOS e as entidades financeiras que nos meteram neste buraco, porque só dessa forma podemos sair dele (do buraco...)!
Não vale a pena gastar energia e perder esforços lutando contra moinhos de vento...
Para à frente SIM mas, com um objectivo único e bem definido...é tudo uma questão de discurso e de ver perceber que tudo tem uma origem e é essa a que deve ser combatida não todos os "pensos" que se estão colocando para solucionar uma doença que necessita uma "operação delicada"!
Tenho dito!
Abreijos para tod@s!!!