26 de dezembro de 2011

eL eMIGRANTE...


Adoro o meu país. Acho que ainda mais agora que vivo longe. Em Espanha mais concretamente em Madrid para quem ainda não se tinha apercebido. Começo mesmo a ter a visão de emigrante. Saudosista. Carente. Em que o sentimento é facilmente despertado por pequenos detalhes. Por cheiros. Cores. Texturas. Por Pessoas. Sabores. Sons.
Os pequenos detalhes que trago sempre comigo. Que levo atrás. Que marcam a minha terra na minha nova casa. Em cada viagem a Portugal trago o que posso vinho, queijo, cd's, livros, mais saudades...Não são recordações. Não são memórias. É o privilégio de sentir vivo um País com excelência, com pequenas grandes coisas que espreitam com a timidez das pequenas colheitas do saber artesanal.
São estas pequenas (grandes) coisas que quero poder compartir com os meus filhos, são também estas que me gostaria mostrar e explicar, não sei se vou conseguir transmiti-las em toda a sua grandeza. Mas uma coisa é certa, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que algo saibam. Porque não podes saber para onde vais se não sabes de onde vens!
São também estas coisas que tento mostrar às pessoas que comigo compartem a vida deste lado da fronteira. Eu como a maioria dos emigrantes portugueses acreditamos no potencial e nas capacidades do nosso país e da nossa gente. É hora de que os que aí continuam voltem a acreditar. É hora de deixar de acreditar que tudo o que vem de fora é melhor. Que lá fora é que se está bem (como me dizem todos cada vez que volto para umas mini-férias). 
Este é o melhor momento para aproveitar todas as potencialidades que existem dentro, usar os recursos existentes, potenciar o que de bom fazemos e exporta-lo. É estranho que todos os portugueses com quem me encontro fora de Portugal falem maravilhas do nosso país, que partilhemos as saudades imensas que temos desse mesmo país e, que quando chegues a Portugal toda a gente se esqueça de tudo isto...
A minha vida tomou outro caminho e desenvolve-se noutras paragens mas, o meu coração sempre estará aí e a minha alma sempre será Lusitana. É hora de aproveitar este sentimento partilhado por todos os emigrantes "tugas" no mundo inteiro e começar a potenciar este nosso país em todas as suas vertentes hitóricas, culturais, gastronómicas, ... 
Eu desde já, vou fazendo a minha parte que é oferece-las a quem comigo se cruza mas, no interior das nossas fronteiras o sentimento do "coitadinho" e do "pequenino" tem de acabar. Temos muito para dar e com a confiança e a ajuda de todos podemos voltar a ser tão grandes como já fomos (e continuamos a ser), basta para isso acreditar e sonhar.
Porque quem não sonha não triunfa....não deixes de sonhar!!!